#APDNews #APDTributário

A Lei nº 15.103/2025, promulgada em 23 de janeiro de 2025, estabelece o Programa de Aceleração da Transição Energética (Paten), com a finalidade de impulsionar o financiamento de projetos de desenvolvimento sustentável. Este marco legal é fundamental para a modernização da matriz energética brasileira, promovendo a adoção de fontes de energia limpas e sustentáveis e contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas.
Projetos Contemplados pelo Paten
Os projetos que se tornam objeto de financiamento pelo Paten são abrangentes. Estes incluem a execução de obras de infraestrutura, além da modernização, expansão ou implantação de parques de produção energética baseados em matrizes sustentáveis. O foco do programa se estende a iniciativas dedicadas à pesquisa tecnológica e à inovação, que buscam proporcionar benefícios socioambientais e reduzir os impactos negativos no meio ambiente. Esses projetos também podem envolver o desenvolvimento de tecnologias emergentes, como a captura e armazenamento de carbono, que são essenciais para a descarbonização de setores mais poluentes.
A diversificação da matriz energética é um dos pilares do Paten, contemplando não apenas a energia solar e eólica, mas também outras fontes renováveis, como biomassa e hidrogênio verde, que ganham cada vez mais relevância no cenário global. A implementação de tecnologias que subsidiem a eficiência energética e a redução do desperdício também são priorizadas, contribuindo para um uso mais racional dos recursos naturais.
Transação Tributária Condicionada
Uma das inovações mais significativas trazidas por essa legislação é a transação tributária condicionada ao investimento em desenvolvimento sustentável. Essa modalidade permite que empresas com projetos aprovados possam negociar débitos com a União em termos mais favoráveis e ajustados às suas realidades financeiras. O valor das parcelas poderá ser proporcional ao cronograma de investimento e à receita bruta gerada pelos projetos, promovendo, assim, uma flexibilidade que visa incentivar tais iniciativas.
Essa abordagem não apenas reduz a carga tributária sobre empresas que buscam se alinhar às práticas de sustentabilidade, mas também cria um ambiente propício para que mais atores do mercado se envolvam em projetos verdes. A interação entre o setor privado e o público, mediada por essa transação tributária, reforça a necessidade de um diálogo contínuo sobre políticas fiscais e ambientais que favoreçam o desenvolvimento sustentável.
Fundo Verde
Em complemento às disposições anteriores, a lei estabelece o Fundo de Garantias para o Desenvolvimento Sustentável, conhecido como Fundo Verde. Este fundo tem a missão de garantir os riscos associados aos financiamentos concedidos por instituições financeiras para projetos vinculados ao Paten. Sob a gestão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Fundo Verde oferece a possibilidade de que empresas integrem créditos que detenham junto à União, como precatórios e créditos tributários, como uma forma de garantir seus projetos.
A criação do Fundo Verde simboliza um avanço na estrutura de garantias, permitindo que projetos que talvez não conseguissem financiamento devido ao risco associado possam agora ser viabilizados. A inclusão de instituições financeiras nesse modelo de negócio é crucial, pois promove uma cultura de responsabilidade social e ambiental também no setor financeiro.
Diretrizes para um Futuro Sustentável
A promulgação da Lei nº 15.103/2025 e suas diretrizes delineiam um futuro promissor para o Brasil em termos de desenvolvimento sustentável. Facilitar a transação tributária e a criação do Fundo Verde são passos essenciais que visam fomentar um ambiente propício para inovação e sustentabilidade. Esta legislação, ao permitir condições mais favoráveis para o financiamento de projetos sustentáveis, abre um leque de oportunidades significativas, alinhando interesses econômicos e ambientais em prol de um crescimento sustentável.
Além disso, a implementação do Paten não deve ser vista apenas como uma resposta às exigências ambientais atuais, mas como uma oportunidade para posicionar o Brasil como um líder em sustentabilidade no cenário global. A capacidade do país de gerar e exportar tecnologias limpas e serviços ambientais pode resultar em um novo ciclo de crescimento, atraindo investimentos estrangeiros e contribuindo para a criação de empregos verdes.
Incentivos Fiscais para Energia Limpa
O cenário de incentivos fiscais para energia limpa no Brasil é instigante e está em evolução constante. A partir de 2026, com a implementação da reforma tributária, espera-se uma simplificação das políticas tributárias que fomentarão ainda mais a infraestrutura necessária para energias limpas. Os projetos relacionados à geração de energia eólica, solar e de biocombustíveis, por exemplo, já se beneficiam de desonerações e incentivos econômicos que tornam o Brasil um terreno fértil para investimentos nesse setor.
A estrutura regulatória que se encontra em formação é um indicador claro do comprometimento do país com a transição para uma matriz energética mais limpa e eficiente. Esta nova legislação sinaliza uma mudança significativa na forma como o Brasil lida com a energia, oferecendo um quadro regulatório claro que estimula a inovação e a adoção de métodos de produção sustentáveis.
Na perspectiva do futuro, a unificação dos incentivos fiscais não apenas promoverá a sustentabilidade, mas também posicionará o Brasil como um protagonista global em inovação energética e desenvolvimento sustentável. A Lei nº 15.103/2025, portanto, configura-se como uma plataforma essencial para a combinação dos esforços socioeconômicos e ambientais, dirigindo o Brasil em direção a um futuro energeticamente sustentável e responsável.
Para mais informações, conheça a prática da APD tributário.